JÁ NÃO SINTO A VONTADE QUE DE ANTES SENTIA AO ESCREVER...O TEMPO PARECE RETORNAR À DEMENCIA DE QUEM CONTA CADA SEGUNDO NO QUAL AGONIZA...PARECE UM PESADELO QUE ANTECEDE O ADORMECER E ULTRAPASSA O ACORDAR...É COMO SE O TEMPO ME CASTIGA-SE POR NUNCA TER SENTIDO...HOJE REVEJO-ME NUM PAPEL ISENTO DE PALAVRAS,É SÓ E TÃO SÓ QUE EU ME ENCONTRO...AS PALAVRAS DÃO LUGAR A MEMORIAS CUJA SOMBRA JÁ DEVOROU...O OLHAR TORNA-SE MELANCOLICO FACE À SOLIDÃO DE QUATRO PAREDES,A DECORAÇÃO EMPOEIRADA AINDA RECORDA O PASSADO DE FORMA CRUEL...CADA RECANTO PARECE CONTER AS PALAVRAS DE UMA HISTORIA QUE TODOS PARECEM ESQUECER AO PRIMEIRO OLHAR QUE CRUZAM...NÃO CONSIGO OLHAR PARA TRÁS POIS A SAUDADE ME MATARIA TÃO COVARDEMENTE...A TINTA NEGRA DE UM NEGRO TÃO BELO ESCREVE AGORA AS NOTAS DE UMA PARTITURA ONDE UM PIANO ACOMPANHA TRISTEMENTE ESTA HISTORIA CUJO O FIM SE APROXIMA...O PIANO TOCA TÃO APAIXONADO QUE QUASE COMOVE,CADA NOTA PARECE TOCAR MEU CORAÇÃO,A CADA NOTA EU RECORDO ROSTOS,ROSTOS TÃO BELOS QUE JÁ NÃO SORRIEM PARA MIM...O PIANO EMPOEIRADO PARECE TOCAR ENTÃO APENAS PARA MIM...AS LAGRIMAS CAIDAS NESTE PAPEL SÃO AS ULTIMAS RECORDAÇÕES QUE EU TENHO...O VELHO RELOGIO PARECE PARAR,OS OBJECTOS PARECEM COBERTOS DAS MAIS BELAS TEIAS,A MOBILIA DESGASTADA POR TANTAS GERAÇÕES DECORA ESTA VELHA CASA...DEAMBULO ENTRE TONS SEPIA ENQUANTO O PIANO ME ACOMPANHA COM UMA MELODIA TÃO FAMILIAR PARECENDO VIR DE UM TEMPO TÃO ANTIGO COMO EU...AS CORTINAS ROTAS ESVOAÇAM E DAS JANELAS EU VEJO UM MUNDO QUE NÃO O DE ANTIGAMENTE...VAGUEIO PELA CASA E COM SAUDADE EU ESCREVO NAS PAREDES AS PALAVRAS QUE NUNCA ESCREVI PARAR MIM ENQUANTO AINDA ERA VIVO...
